Capítulo 10 - Proposições Conclusivas - Primeira Proposição

O divórcio e novo casamento são bíblicos, apesar de não serem o ideal de Deus para a instituição do matrimônio.



Desenvolvimento.

Segundo temos visto na Palavra de Deus os princípios de Deus a respeito do casamento, divórcio e novo casamento, se corretamente aplicados, sugerem que, em primeiro lugar, o casamento como ideal no coração de Deus foi estabelecido para perdurar até a morte de pelo menos um dos cônjuges; em segundo lugar, o divórcio é aceito pelo Senhor Deus como uma saída para o impasse matrimonial. Esta solução existe por causa da imperfeição dos homens que, em face disso, nem sempre cumprem o ideal do coração de Deus; em terceiro lugar, o estudo da Palavra de Deus nos leva à conclusão que a palavra de Jesus a respeito da fornicação como causa única ao divórcio foi feita aos judeus em uma cultura específica, dentro de um código de leis específicas também, havendo aplicação do mesmo assunto de diferentes maneiras no Novo Testamento.

Gardner escreveu: “Não só deve a sociedade providenciar os meios para o divórcio em certas circunstâncias cuidadosamente examinadas, mas os cristãos, individualmente, também têm de enfrentar o problema, mesmo que estejam impedidos, sob quaisquer circunstâncias, de se divorciarem. Requer Deus deles, acima de qualquer outra coisa, seja qual for o caso, que mantenham indissolúvel seus casamentos? Respondendo, é preciso dar-se ênfase ao fatode que, em vista da vontade divina, todo divórcio, independentemente de suas “causas”, representa fracasso do casamento. O divórcio é “concessão à fraqueza humana” isto é, ao pecado humano. Demais, a despeito de tudo que se diz no processo do divórcio, é quase sempre verdade que as duas partes contribuem para o rompimento da união matrimonial. Daí ser o divórcio concessão à fraqueza de ambos, mas há “casos possíveis”, como declara Brunner, “em que não divorciar pode ser sinal de fraqueza maior e pode ser, mesmo, ofensa ainda mais grave contra a ordem divina (pg.290)".




Das aplicações do exposto acima ao Brasil, em nossa época.

a) O divórcio deve ser aceito pelas Igrejas que compõem o Corpo de Cristo.

A Igreja não deixará de pregar a Verdade por covardia, politicagem ou outras tentações. Ao contrario pregará a Palavra de Deus com fé, de tal modo que crerá que Deus é o Senhor doador e mantenedor da fé.

A Igreja que não prega a Palavra desta forma não tem coragem de pregar a predestinação com medo das reações errôneas, não pregando pela fé na soberania de Deus; nem tem coragem de pregar que na Bíblia não encontramos prova de que os dons espetaculares cessaram, fazendo exegeses que contrariam as normas da hermenêutica; nem tão pouco prega que o dízimo foi estabelecido por Moisés no Pentatêuco e não em Malaquias e que poderia ser usado de formas diversas e ainda interpretam erroneamente outros textos, com medo de cessarem os dízimos, não pregado a Verdade pela fé; o mesmo pode ser dito da covardia de se pregar que não é pecado beber bebida alcóolica, nem possuir porte de arma legalizado e muitas outras coisas eticamente duvidosas na pregação da Palavra de Deus inclusive o assunto principal em exegese como exemplo, nesta tese, o divórcio e novo casamento; encontramos muito mais abertura na Palavra de Deus do que se tem pregado oficialmente nas Igrejas, abundando os livros que contém somente um lado da moeda, não permitindo nem sequer a honestidade de se mostrar ao crente as interpretações igualmente aceitas por muitos doutores da Palavra, intérpretes que viveram nos séculos afora.




b) A responsabilidade e bom senso de quem mais recebe.

O cristão autêntico e que ama ao Senhor Jesus não verá nesta liberdade motivo para a desonestidade mas terá o discernimento e a responsabilidade que se espera de uma vida madura.

c) Cada caso um caso específico.

Cada ato, no que diz respeito ao divórcio e novo casamento, será tomado pela Igreja de Cristo como um caso específico e único, sendo nele aplicados os princípios imutáveis de Deus, com amor, carinho, respeito e bom senso.

d) Reconciliação, o objetivo supremo.

A busca fundamental da Igreja será a de levar os cônjuges à reconciliação, motivada pelo perdão e renúncias, fruto do amor sacrificial.


e) Respeito à decisão do indivíduo que tem liberdade de consciência e a usa com convicção e fé.

O indivíduo será respeitado em suas decisões e estas serão acatadas com respeito e amor de tal forma que mesmo estando teologicamente errado e mesmo que tenham de sofrer sanções disciplinares por parte da Igreja será dado o crédito ao indivíduo de que se crê que o mesmo esteja em paz com Deus por estar com convicção e fé no que faz. Este assunto, via de regra, ao contrário, tem gerado preconceitos e faltas graves contra os irmãos envolvidos e que pensam e crêem de forma diferente. É bom lembrar que muitos crentes foram queimados na Inquisição ainda estando com a consciência tranqüila e o foram por causa da consciência alheia!!

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